Airas Nunes
Trovador medieval


Nacionalidade: Galega

Notas biográficas:

Clérigo (como nos informa a rubrica atributiva das suas composições), provavelmente galego, cuja atividade se situará nos finais do reinado de Afonso X e inícios do reinado de Sancho IV (1284-1289). Na verdade, por um documento da chancelaria deste último monarca, ficamos a saber que, em 1284, Airas Nunes terá sido beneficiado com duas quantias em dinheiro para a compra de um cavalo e de roupas, doação que parece relacionar-se com a cena de violência que nos relata numa das suas cantigas. A levarmos em conta a referência que nessa mesma cantiga faz aos seus cabelos canos, já não seria um jovem por essa época. Pelo menos duas outras composições suas podem igualmente ser datadas: a cantiga de amigo em faz referência à peregrinação de Sancho IV a Santiago (1286), e a cantiga de escárnio em que refere o conflito entre D. Sancho e os infantes de La Cerda (1289), e onde defende claramente as posições do rei castelhano.
Trovador culto, como nos indicam o seu perfeito domínio das formas e ainda o seu gosto pela citação (nomeadamente provençal), Airas Nunes terá estado, pois, ao serviço de D. Sancho IV, embora os dados referidos sejam os únicos que dele possuímos até à data1.


Referências

1 Tavani, Giuseppe (1992), A poesía de Airas Nunez, Vigo, Editorial Galaxia.

Ler todas as cantigas (por ordem dos cancioneiros)


Cantigas (por ordem alfabética):


A Santiag'em romaria vem
Cantiga de Amigo

Achou-s'um bispo que eu sei um dia
Cantiga de Escárnio e maldizer

Amor faz a mim amar tal senhor
Cantiga de Amor

- Bailade hoje, ai filha, que prazer vejades
Cantiga de Amigo

Bailemos nós já todas três, ai amigas
Cantiga de Amigo

Desfiar enviarom ora de Tudela
Escárnio e Maldizer

Falei noutro dia com mia senhor
Cantiga de Amor

Nostro Senhor! e por que foi veer
Cantiga de Amor

O meu senhor o bispo, na Redondela, um dia
Escárnio e Maldizer

Oí hoj'eu ũa pastor cantar
Pastorela

Par Deus, coraçom, mal me matades
Cantiga de Amor

Porque no mundo mengou a verdade
Sirventês moral

Que muito m'eu pago deste verão
Cantiga de Amor

Vi eu, senhor, vosso bom parecer
Cantiga de Amor