Pero Mendes da Fonseca


Senhor de mi e destes olhos meus,
gram coita sofro por vós e sofri,
e per Amor, que ajuda muit'i,
e nom mi val el i, nem vós; mais Deus,
5       se mi der mort', hei que Lhi gradecer,
       ca viv'em coita, pois hei a morrer.
  
Por esta coita perdi já o sem
 e vós mesura contra mi, e sei
que per Amor é quanto mal eu hei
10por vós, senhor; mais Deus ora por en,
       se mi der mort', hei que Lhi gradecer,
       ca viv'em coita, pois hei a morrer.
  
Ca eu bem vejo de vós e d'Amor,
qual mais puder, que mais mal mi fará,
15e bem entendo mia fazenda
como mi vai; por en Nostro Senhor,
       se mi der mort', hei que Lhi gradecer,
       ca viv'em coita, pois hei a morrer.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador diz-lhe que ela e o Amor fizeram um pacto para ver qual dos dois lhe dará maior sofrimento. E, sendo que nem ela nem o Amor lhe valem, só pode agradecer a Deus, se Ele lhe der rapidamente a morte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1126, V 718

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1126

Cancioneiro da Vaticana - V 718


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas