João Airas de Santiago


Tam grave m'é, senhor, que morrerei,
 a mui gram coita que, per boa fé,
 levo por vós, e a vós mui grav'é;
pero, senhor, verdade vos direi:
5       se vos grave é de vos eu bem querer,
       tam grav'é a mi, mais nom poss'al fazer.
  
Tam grave m'é esta coita em que me tem
o voss'amor, que nom lh'hei de guarir,
e a vós grav'é sol de o oir;
10pero, senhor, direi-vos que mi avém:
       se vos grave é de vos eu bem querer,
       tam grav'é a mi, mais nom poss'al fazer.
  
 Tam grave m'é, que nom atendo
de vós senom mort'ou mui gram pesar,
15e grav'é a vós de vos [eu] coitar;
pero, senhor, direi-vos quant'i há:
       se vos grave é de vos eu bem querer,
       tam grav'é a mi, mais nom poss'al fazer.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Se o amor que o trovador sente pela sua senhora é doloroso para ambos - para ele, porque desespera pelos seus favores, para ela, porque esse amor a incomoda e desgosta - ele confessa-lhe que nada pode fazer quanto a isso.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 943, V 531

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 943

Cancioneiro da Vaticana - V 531


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas