Martim Moxa


Amor, de vós bem me posso loar
de qual senhor mi fazedes amar;
mais d'ũa cousa me devo queixar,
quant'é meu sem:
 5       u mesura nem mercee nom fal,
       nem outro bem,
       mesur'a mi nem mercee nom val,
       nem outra rem.
  
Gradesco-vos que mi destes senhor
10fremosa e de todo bem sabedor;
mais, pois mi a destes, pese-vos, Amor,
do que mi avém:
       u mesura nem mercee nom fal,
       nem outro bem,
15       mesur'a mi nem mercee nom val,
       nem outra rem.
  
 Am'eu e trob'e sérvi', a mais poder,
aquesta dona, por seu bem haver;
mais quando lh'a coita venho dizer
20em que me tem:
       u mesura nem mercee nom fal,
       nem outro bem,
       mesur'a mi nem mercee nom val,
       nem outra rem.



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Nota geral:

Dirigindo-se diretamente ao Amor, o trovador agradece-lhe tê-lo feito amar a sua senhora, formosa e com todas as qualidades. Mas queixa-se também: pois alguém a quem não falta comedimento e compaixão, lhe falha a ele nessa matéria. Na 3ª estrofe concretiza: amando-a, cantando-a e servindo-a o mais que pode, quando lhe confessa o seu sofrimento, ela não o socorre.
Na cantiga seguinte, o trovador retoma o mesmo tema.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 892, V 476

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 892

Cancioneiro da Vaticana - V 476


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas