João Mendes de Briteiros


Deus! que leda que m'esta noite vi,
amiga, em um sonho que sonhei,
ca sonhava em como vos direi:
que me dizia meu amig'assi:
 5       "Falade mig', ai meu lum'e meu bem".
  
Nom foi no mundo tam leda molher
em sonho, nen'o podia seer,
ca sonhei que me veera dizer
aquel que me milhor que a si quer:
10       "Falade migo, ai meu lum'e meu bem".
  
Des que m'espertei, houvi gram pesar,
ca em tal sonho havia gram sabor,
com o rogar-me, por Nostro Senhor,
o que me sabe mais que si amar:
15       "Falade migo, ai meu lum'e meu bem".
  
E, pois m'espertei, foi a Deus rogar
que me sacass'aqueste sonh'a bem.



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Nota geral:

Nesta original cantiga, a donzela conta a uma amiga o sonho que teve essa noite e a alegria que sentia nesse sonho ao ouvir o seu amigo pedir-lhe, com palavras ternas, para falar com ele. Uma alegria que se transformou em tristeza ao acordar, mas que a fez também pedir imediatamente a Deus que o sonho se concretizasse.
A cantiga tem sequência na seguinte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 865, V 451

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 865

Cancioneiro da Vaticana - V 451


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas