João Mendes de Briteiros
Trovador medieval


Nacionalidade: Portuguesa

Notas biográficas:

Trovador português de finais de século XIII a meados do seguinte, João Mendes de Briteiros (ou de Berredo, como indicado nas rubricas atributivas de B), é o último dos Briteiros, conhecida linhagem de dignitários de corte e trovadores, a comparecer nos cancioneiros medievais. Igualmente trovadores foram, de facto, o seu avô, Rui Gomes de Briteiros, deão da família, e personagem central da corte de Afonso III, e seu pai, Mem Rodrigues de Briteiros. É do casamento deste último com Maria Anes da Veiga (da linhagem dos Berredo) que nasce o trovador, possivelmente em finais da década de 60 do século XIII1. O seu nome aparece pela primeira vez na chancelaria de D. Dinis em 1288, continuando a assinar os mais diversos documentos régios pelo menos até ao ano 1315. A partir de 1292, ao seu nome acrescenta o título de conselheiro do rei, de quem se torna, aliás, cunhado. Na verdade, culminando um percurso de ascensão linhagística iniciado por seu avô, e no qual as alianças matrimoniais parecem ser centrais, João Mendes casara-se, por volta de 1290, com a meia-irmã de D. Dinis, a então riquíssima viúva D. Urraca Afonso (filha de Afonso III e de uma moura), casamento esse de que resultaram cinco filhos.
Senhor de uma enorme fortuna, João Mendes de Briteiros deve ter morrido pouco depois de 1334, último ano em que está documentado. Está sepultado, com D. Urraca Afonso, no mosteiro de S. João de Tarouca.


Referências

1 Ventura, Leontina e Oliveira, António Resende de (2003), "Os Briteiros (séculos XII-XIV) 4. Produção Trovadoresca", in Os Reinos Ibéricos na Idade Média. Livro de Homenagem ao Professor Doutor Humberto Carlos Baquero Moreno, coord. Luís Adão da Fonseca et al, vol. II , Porto, Livraria Civilização.

Ler todas as cantigas (por ordem dos cancioneiros)


Cantigas (por ordem alfabética):


Amiga, bem [s]ei que nom há
Cantiga de Amigo

Deus! que leda que m'esta noite vi
Cantiga de Amigo

Eia, senhor, aque-vos mim aqui!
Cantiga de Amor

Estranho mal e estranho pesar
Cantiga de Amor

Ora vej'eu que nom há verdade
Cantiga de Amigo

Que pret'esteve de me fazer bem
Cantiga de Amor

Senhor, conmigo nom posso eu poer
Cantiga de Amor

Tal ventura quis Deus a mim, senhor
Cantiga de Amor

Vistes tal cousa, senhor, que mi avém
Cantiga de Amor