João Garcia de Guilhade


- Foi-s'ora daqui sanhud[o],
amiga, o voss'amigo.
- Amiga, perdud'é migo,
 e, pero migu'é perdudo,
5o traedor conhoçudo
        acá verrá,
       ca verrá,
       acá verrá.
  
- Amiga, desemparado
10era de vós e morria.
- Sodes, amiga, sandia:
ora fogiu mui coitado,
mais ele, mao seu grado,
       acá verrá,
15       ca verrá,
       acá verrá.
  
- Amiga, com lealdade
dizem que anda morrendo.
- Vó'lo andades dizendo,
20amiga, éste verdade,
  mailo que chufa, 'n Guilhade,
       acá verrá,
       ca verrá,
       acá verrá.
  



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Nota geral:

Depois de uma zanga entre a donzela e o seu amigo, uma amiga conta-lhe como o viu ir furioso, e como anda agora desamparado e triste. A donzela confirma a zanga, mas garante que o "traidor" mais tarde ou mais cedo ira voltar. Parte da originalidade da cantiga reside no seu vivo e curioso refrão, quase onomatopaico.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão, Dialogada
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 785, V 369
(C 785)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 785

Cancioneiro da Vaticana - V 369


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas