Rodrigo Anes de Vasconcelos


O meu amigo nom há de mi al
 senom gram coita que lhi nunca fal
e, amiga, o coraçom lhi sal
por me veer; e dized'ũa rem:
5pois m'el bem quer, e que lh'eu faça mal,
       que faria, se lh'eu fezesse bem?
  
Des que naci nunca lhi fiz prazer
e o mais mal que lh'eu pudi fazer
lhi fiz, amiga; e quero saber
10de vós, pois este mal por mal nom tem,
e lh'eu mal faç'e por mi quer morrer,
       que faria, se lh'eu fezesse bem?
  
El é quite por mi doutra senhor
e faço-lh'eu cada dia peior,
15pero, amiga, a mim quer melhor
  ca si nem al; e, pois lh'assi avém
que lh'eu mal faç'e m'el há tal amor,
       que faria, se lh'eu fezesse bem?



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Nota geral:

Dirigindo-se a uma amiga, a donzela admira-se com o facto de o seu amigo a amar cada vez mais, apesar de ela o tratar o pior possível e de nunca aceder a qualquer dos seus pedidos. E pergunta: se ele, nestas circunstâncias, lhe quer tanto, que faria se ela o tratasse bem e o favorecesse?



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 728, V 329

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 728

Cancioneiro da Vaticana - V 329


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas