Rodrigo Anes de Vasconcelos
Trovador medieval


Nacionalidade: Portuguesa

Notas biográficas:

Trovador português, ativo na segunda metade do século XIII. Proveniente de uma linhagem sediada em Santa Maria dos Ferreiros (Amares), localidade onde foi criado, era filho de João Pires de Vasconcelos, o "Tenreiro", e de D. Maria Soares Coelha, irmã do trovador João Soares Coelho. Sobre o seu pai alarga-se o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro (36E9) numa detalhada narrativa relacionado com a sua reiterada não comparência a um repto por homicídio, a ser resolvido perante o rei, D. Sancho II (que acaba por declará-lo culpado). A história parece, aliás, comprovar a sugestão de D. Carolina Michaëlis de que será ainda o pai do trovador o "bezerro tenreiro" a quem Afonso Mendes de Besteiros dirige uma cantiga satírica, onde alude à sua cobardia nos campos de batalha andaluzes1. A família parece ser, de resto, algo turbulenta: um dos seus irmãos, Pero Anes, já depois de casado, toma por barregã uma sua prima direita, e o próprio trovador, juntamente com o mesmo Pero Anes, são acusados de abusos sobre terras pertencentes ao cabido de Braga numa carta de Afonso III, datada de 12772. Um outro seu irmão, no entanto, é o bispo de Lisboa, Estêvão Anes (1284-1289). E dois dos filhos trovador, entre os dez que terão resultado do seu casamento com Mecia Rodrigues de Penela, ocuparão cargos de relevo na corte de D. Dinis, um deles, Mem Rodrigues de Vasconcelos, como meirinho-mor do reino, o outro, Nuno Rodrigues, como mordomo de D. Afonso Sanches, o bastardo predileto do monarca. Como D. Mecia está documentada como sendo já viúva em Março de 12973, Rodrigo Anes terá morrido um pouco antes desta data.


Referências

1 Vasconcelos, Carolina Michaëlis de (1990), Cancioneiro da Ajuda, vol. II, Lisboa, Imprensa nacional - Casa da Moeda (reimpressão da edição de Halle, 1904), p. 562, nota 2.

2 Oliveira, António Resende de (1994), Depois do espectáculo trovadoresco. A estrutura dos cancioneiros peninsulares e as recolhas dos séculos XIII e XIV, Lisboa, Edições Colibri.

3 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. II, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 832.
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Aquestas coitas que de sofrer hei
Género incerto

O meu amigo nom há de mi al
Cantiga de Amigo

O voss'amig', amiga, foi sazom
Cantiga de Amigo

Preguntei ũa don[a] em como vos direi:
Escárnio e Maldizer

Se eu, amiga, quero fazer bem
Cantiga de Amigo

Senhor de mi e do meu coraçom
Cantiga de Amor