Gonçalo Anes do Vinhal


O meu amigo queixa-se de mi,
amiga, porque lhi nom faço bem,
e diz que perdeu já por mi o sem
e que o poss'eu desensandecer;
5e nom sei eu se el diz verdad'i,
       mais nom quer'eu por el meu mal fazer.
  
Queixa-s'el muito porque lhi nom fiz,
amiga, bem, e diz que há pavor
de m'estar mal, se por mim morto for,
10poilo poss'eu de morte guarecer;
e nom sei eu se el verdade diz,
       mais nom quer'eu por el meu mal fazer.



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Nota geral:

A donzela não sabe se há de acreditar ou não nas queixas e nas juras do seu amigo. De resto, se ele diz a verdade, ela tem igualmente de pensar na sua reputação.
Note-se que o que a donzela nos relata das palavras do amigo corresponde de forma muito próxima às alegações habituais da voz masculina nas cantigas de amor.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 711, V 312

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 711

Cancioneiro da Vaticana - V 312


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas