Fernão Rodrigues de Calheiros


Disse-mi a mi meu amigo, quando s'ora foi sa via,
que nom lh'estevess'eu triste, e cedo se tornaria;
       e sõo maravilhada
       por que foi esta tardada.
  
5Disse-mi a mi meu amigo, quando s'ora foi daquém,
que nom lh'estevess'eu triste, e tarda e nom mi vem;
       e sõo maravilhada
       por que foi esta tardada.
  
Que nom lh'estevess'eu triste, [e] cedo se tornaria,
10e pesa-mi do que tarda - sabe-o Santa Maria;
       e sõo maravilhada
       por que foi esta tardada.
  
Que nom lh'estevess'eu triste, [e] tarda e nom mi vem,
e pero nom é per cousa que m'el nom quera gram bem;
15       e sõo maravilhada
       por que foi esta tardada.



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Nota geral:

A moça exprime o seu espanto com a demora do seu amigo, quando este, ao partir, e pedindo-lhe para não ficar triste, lhe tinha garantido que regressaria muito em breve.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão e Paralelística
Cobras alternadas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 632bis, V 234

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 632bis

Cancioneiro da Vaticana - V 234


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas