João Garcia de Guilhade


Queixei-m'eu destes olhos meus;
mais ora, se Deus mi perdom!,
quero-lhis bem de coraçom,
e des oimais quer'amar Deus;
5       ca mi mostrou quem hoj'eu vi:
       ai! que parecer hoj'eu vi!
  
Sempre m'eu d'Amor queixarei,
ca sempre mi dele mal vem;
mais os meus olhos quer'eu bem,
10e já sempre Deus amarei;
       ca mi mostrou quem hoj'eu vi:
       ai! que parecer hoj'eu vi!
  
E mui gram queixum'hei d'Amor,
 ca sempre mi coita sol dar;
15mais os meus olhos quer'amar,
e quer'amar Nostro Senhor;
       ca mi mostrou quem hoj'eu vi:
       ai! que parecer hoj'eu vi!
  
E se cedo nom vir quem vi,
20cedo morrerei por quem vi.



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Nota geral:

Se o trovador se queixou dos seus olhos, a partir de hoje vai amá-los, a eles e a Deus, pois lhe permitiram ver a suprema beleza de alguém. Só do Amor se continua a queixar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 417, V 28
(C 417)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 417

Cancioneiro da Vaticana - V 28


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas