Fernão Fernandes Cogominho


Quem me vir e quem m[e] oir
que algũa molher amar,
nom se váa dela quitar!
Ca, pois que se dela partir,
5sei eu mui bem que lhi verrá
 coita que par nom haverá,
des que se longi dela vir!
  
E se m'ende alguém pedir
aconselho, per bõa fé,
10direi-lh'eu quam gram coita é.
Pero quem s'en quiser sair,
será já quite d'ũa rem:
 d'u a nom vir, de veer bem,
e quite de nunca dormir!
  
15E esto sei eu bem per mi,
ca vo-lo nom digo por al,
mais porque sei eu já o mal
 que vem end'a quem vai-x'assi;
ca muitas vezes perdi [sem
20e perdi sono e perdi bem]
cativo!, porque m'eu parti.



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Nota geral:

O trovador aconselha todos os apaixonados a nunca se afastarem das suas senhoras, sob o risco de sofrerem uma dor imensa, de perderem o gosto pela vida e de nunca mais conseguirem dormir. E garante que o diz por experiência própria.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 363

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 363


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas