Fernão Fernandes Cogominho
Trovador medieval


Nacionalidade: Portuguesa

Notas biográficas:

A existência de dois cavaleiros, pai e filho, com este mesmo nome (e provavelmente com uma diferença de idades não muito acentuada) torna problemática a identificação exata deste trovador português. A maioria dos investigadores, seguindo D. Carolina Michaelis1, inclinam-se, no entanto, para a sua identificação com Fernão Fernandes Cogominho pai, grande magnate e privado de Afonso III, em cuja corte está atestado pelo menos desde 1253, e onde assina a maior parte dos documentos deste rei até 1277, ano da sua morte.
Da importante linhagem dos Guedões, era filho de Fernão Guedaz Guedeão e de D. Maria Fogaça. Nascido por volta de 1200 e criado em Trás-os-Montes, pouco se sabe da sua juventude. Parece ter tomado, no entanto, o partido de D. Sancho II durante a guerra civil que levou o Bolonhês ao trono, já que se encontra em Toledo em 1248, quando o rei deposto redigiu o seu testamento, De regresso a Portugal, torna-se, de qualquer forma, homem de confiança de Afonso III ao longo de todo o seu reinado. Para além desta presença constante na corte, foi senhor de Chaves, alcaide-mor de Montemor-o-Velho e ainda senhor de Coimbra. Foi, aliás, nessa cidade que casou, já tardiamente (pouco antes de 1257), com a rica herdeira Joana Dias, sendo também aí beneficiado com algumas doações régias (entre outras que o monarca lhe concedeu). É também na Sé de Coimbra que está sepultado, juntamente com sua mulher, numa capela que ambos mandaram construir.
Já de seu filho homónimo temos menos dados. O único seguro é que passou a Castela, onde morreu em 1290 (bastante jovem, portanto), na batalha de Chincilla de Albacete, combatendo nas fileiras de D. Sancho IV contra o rebelde D. Estêvão Rodrigues de Castro.


Referências

1 Vasconcelos, Carolina Michaëlis de (1990), Cancioneiro da Ajuda, vol. II, Lisboa, Imprensa nacional - Casa da Moeda (reimpressão da edição de Halle, 1904), pp. 551-556.

Ler todas as cantigas (por ordem dos cancioneiros)


Cantigas (por ordem alfabética):


Ai mia senhor, lume dos olhos meus!
Cantiga de Amor

Amig', e nom vos nembrades
Cantiga de Amigo

Amiga, muit'há que nom sei
Cantiga de Amigo

Ir quer'hoj'eu, madre, se vos prouguer
Cantiga de Amigo

Meu amigo, se vejades
Cantiga de Amigo

Muitos ham coita d'amor
Cantiga de Amor

Nom am'eu mia senhor, par Deus
Cantiga de Amor

Nom me queredes vós, senhor, creer
Cantiga de Amor

Pois tam muit'há que mia senhor nom vi
Cantiga de Amor

Quem me vir e quem m'oir
Cantiga de Amor

Veerom-m'ora preguntar
Género incerto