Fernão Rodrigues de Calheiros


Assaz entendedes vós, mia senhor,
 ca vos eu amo mais ca nulha rem;
pero nom me fazedes vós por en
maior bem ca se vos eu o peior
5quisesse que vos podesse querer,
       o que nom há nunca mais a seer.
  
Mentr'eu já vivo for, amar-vos-ei,
  e pero sei que sempre m'en verrá
mal; e valera-me mais muito já
10que vos quisesse (o que nom querrei)
gram mal, se vo-lo podesse querer,
       o que nom há nunca mais a seer.
  
Como quer que eu i haja razom,
amar-vos-ei, enquant'eu viva já,
15[e] pero sei que mais nom me valrá
ca se vos quisesse de coraçom
gram mal, se vo-lo podesse querer,
       o que nom há nunca mais a seer.



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Nota geral:

O trovador diz à sua senhora que, sabendo ela como ele a ama acima de todas as coisas, trata-o de tal forma que mais lhe valeria querer-lhe mal, o pior possível, coisa que nunca acontecerá.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 52

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 52


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas