D. Dinis


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  U noutro dia seve Dom Foam
a mi começou gram noj'a crecer
de muitas cousas que lh'dizer.
Diss'el: "- Ir-m'-ei ca já se deitar ham".
5       E dix'eu: "- Bõa ventura hajades,
       porque vos ides e me leixades".
  
E muit'enfadado de seu parlar
 sevi gram peça, se mi valha Deus,
e tosquiavam estes olhos meus.
10E quand'el disse "Ir-me quer'eu deitar",
       [lh]e dix'eu: "- Bõa ventura hajades,
       porque vos ides e me leixades".
  
El seve muit'e diss'e parfiou
e a mim creceu gram nojo por en
15e nom soub'el se x'era mal se bem.
E quand'el disse "Já m'eu deitar vou",
       dixi-lh'eu: "- Bõa ventura hajades,
       porque vos ides e me leixades".



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Nota geral:

Retrato de um chato, que faz o serão prolongar-se indefinidamente, com conversas desinteressantes, não se decidindo a ir-se embora, mas anunciando a cada momento que se vai. Talvez se trate do mesmo D. Fulano da cantiga imediatamente anterior no manuscrito.



Nota geral


Descrição

Escárnio e Maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1539

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1539


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas