Martim de Caldas


Madr'e senhor, leixade-m'ir veer
aquel que eu por meu mal dia vi,
e el viu-mi em mal dia por si,
ca morr'el, madr', e eu quero morrer,
5       se o nom vir, mais, se o vir, guarrei,
       e el guarrá, pois me vir, eu o sei.
  
O que mi Deus nom houver'a mostrar,
 vee-lo-ei, madre, se vos prouguer en;
e tal nom me lhi mostrou por seu bem,
10ca morr'el e moiro eu, se Deus m'ampar,
       se o nom vir, mais, se o vir, guarrei,
       e el guarrá, pois me vir, eu o sei.
  
Aquel que Deus fez nacer por meu mal,
madre, leixade-mi-o veer, por Deus,
15[e] eu naci por mal dos olhos seus,
ca morr'el e moir'eu, u nom jaz al,
       se o nom vir, mais, se o vir, guarrei,
       e el guarrá, pois me vir, eu o sei.



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Nota geral:

A donzela pede a sua mãe (e senhora - note-se o tom respeitoso) que a deixe ir ver o seu amigo. Em triste dia se conheceram, acrescenta, pois morrem ambos se não se puderem ver. Mas, se ela deixar, voltarão a viver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1194, V 799

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1194

Cancioneiro da Vaticana - V 799


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas