Pero de Armea


Senhor, vej'eu que havedes sabor
de mia morte veer e de meu mal;
 pois contra vós nulha rem nom mi val,
rogar-vos quero, por Nostro Senhor,
5       que vos nom pês o que vos rogarei;
       e depois, se vos prouguer, morrerei.
  
E bem entend'eu no meu coraçom
que desejades mia mort'a veer;
pois m'outro bem nom queredes fazer,
10rogar-vos quero por ũa razom:
       que vos nom pês o que vos rogarei;
       e depois, se vos prouguer, morrerei.
  
Mui bem sei eu que havedes pesar,
porque sabedes que vos quer'eu bem,
15e que vos praz de quanto mal mi vem
por vós; [por en] quero-vos eu rogar
       que vos nom pês o que vos rogarei;
       e depois, se vos prouguer, morrerei.
  
E se vos prouguer o que vos direi
20e pois morrer, jamais nom morrerei.



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Nota geral:

Vendo que a sua senhora tem prazer com o seu sofrimento e com a sua morte, o poeta pede-lhe que o ouça apenas e logo em seguida morrerá.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1086, V 678

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1086

Cancioneiro da Vaticana - V 678


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas