Pero de Armea


Senhor fremosa, des aquel dia
que vos eu vi primeiro, des entom
nunca dormi, com'ante dormia,
 nem ar fui led'e vedes por que nom:
5       cuidand'em vós e nom em outra rem
       e desejando sempr'o vosso bem.
  
E sabe Deus e Santa Maria
 ca nom am'eu tant'al no coraçom
quant'amo vós, nem ar poderia;
 10e se morrer por en, farei razom,
       cuidand'em vós e nom em outra rem
       e desejando sempr'o vosso bem.
  
E ant'eu já [mia] morte querria
ca viver com'eu viv', há gram sazom;
15e mia morte melhor mi seria
ca viver mais, assi Deus mi perdom,
       cuidand'em vós e nom em outra rem
       e desejando sempr'o vosso bem.
  
 Ca vós sodes mia coita e meu bem
20e por vós hei quanta coita mi vem.



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Nota geral:

O poeta confessa à sua senhora formosa que, desde que a conheceu, nunca mais conseguiu dormir, como antes dormia, e perdeu toda a alegria, pois a única coisa que faz é pensar nela e desejá-la. Desta forma, a morte parece-lhe a única solução.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras uníssonas
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1083, V 675

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1083

Cancioneiro da Vaticana - V 675


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas