João Airas de Santiago


Amigo, veestes-m'um di'aqui
rogar dum preit'e nom vos fig'en rem
porque cuidava que nom era bem;
 mais, pois vos já tant'aficades i,
5       fazê-lo quer'e nom farei end'al,
       mais vós guardade mi e vós de mal.
  
Vós dizedes que o que meu mal for
nom queredes, e bem pode seer,
pero nom quix vosso rogo fazer;
 10mais, pois end'havedes tam gram sabor,
       fazê-lo quer'e nom farei end'al,
       mais vós guardade-mi e vós de mal.
  
Bem sabedes como falámos nós
e me vós rogastes o que m'eu sei
15e non'o fiz, mais com pavor que hei
de perder eu, amigo, contra vós,
       fazê-lo quer'e nom farei end'al,
       mais vós guardade-mi e vós de mal.
  
E se vós fordes amigo leal,
20guardaredes vossa senhor de mal.



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Nota geral:

Já que o seu amigo insiste em pedir-lhe certa coisa (não nos é dito o quê), a donzela, antes renitente porque achava que lhe ficaria mal, diz agora que está disposta a aceder a esse pedido, desde que ele tenha cuidado e ambos não saiam prejudicados. Na finda, ela apela à sua lealdade, no sentido de a proteger.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1027, V 617

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1027

Cancioneiro da Vaticana - V 617


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas