Rui Martins de Ulveira


Ai madr', o meu amigo morr'assi
come quem morre de coitas que há
grandes d'amor, e nom queredes já
que me veja, e el morr', eu o sei,
5por mi d'amor, mais eu morta serei,
pois el morrer por mi, por el log'i.
  
E amores tantas coitas lhi dam
por mi, madre, que nom pode guarir;
pero sei eu que guarrá, se me vir,
10e jaz morrend'assi por mi d'amor,
mais eu morrerei, madr'e mia senhor,
pois el morrer por mi, por el, de pram.



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Nota geral:

A moça diz à mãe que, não deixando ela que o seu amigo a veja, decerto ele morrerá. E, se assim for, ela morrerá também.
A cantiga dialogada que precede esta composição no manuscrito parece, na verdade, dar-lhe sequência (podendo, pois, a ordem estar trocada).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

V 591

Cancioneiro da Vaticana - V 591


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas