João Airas de Santiago


 Pero tal coita hei d'amor
que maior nom pod'hom'haver,
nom moiro nem hei en sabor,
nem morrerei, a meu poder:
5       porque sempr'atend'haver bem
       da dona que quero gram bem.
  
E os que mui coitados som
d'amor, desejam a morrer,
mais eu, assi Deus mi perdom,
10queria gram sazom viver:
       porque sempr'atend'haver bem
       da dona que quero gram bem.
  
Mal sem é per desasperar
home de mui gram bem haver
15de sa senhor, que lhi Deus dar
pod', e non'o quer'eu fazer:
       porque sempr'atend'haver bem
       da dona que quero gram bem.
  
E quem deseja mort'haver
20por coita d'amor nom faz sem,
 nen'o tenh'eu por de bom sem.



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Nota geral:

Se os seus males de amor são profundos, o trovador, ao contrário de muitos, não deseja morrer, antes gostaria de ter uma vida longa - e isto porque nunca perde a esperança de ter os favores da sua senhora. Desesperar do os obter é insensato e ele nunca o fará.
Também neste caso, encontramos na obra de João Garcia de Guilhade uma cantiga que desenvolve uma razom semelhante, sem que possamos estabelecer um nexo cronológico ou causal seguro



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras rima a uníssona, rima b singular
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 949, V 537

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 949

Cancioneiro da Vaticana - V 537


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas