Sancho Sanches


Ir-vos queredes, amigo, [daqui]
e pesa-m'end', assi me valha Deus,
e pesa-mi por estes olhos meus
e porque sei que viverei assi
5       como vive quem há coita d'amor
        e nom há de si nem de rem sabor.
  
 Des u vos fordes, já i al nom há,
por Deus, amigo; mais eu que farei?
 Ca outro conselh'eu de mim nom sei,
10se nom viver, enquanto viver já,
       como vive quem há coita d'amor
       e nom há de si nem de rem sabor.
  
Esta [i]d', amigo, tam grave m'é
que vo-lo nom saberia dizer;
15mais, pois end'al já nom pode seer,
se viver, viverei, per bõa fé,
       como vive quem há coita d'amor
       e nom há de si nem de rem sabor.



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Nota geral:

A moça confessa ao seu amigo a mágoa que sente ao vê-lo partir (em termos, de resto, muito semelhantes aos de uma cantiga de amor).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 938, V 526

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 938

Cancioneiro da Vaticana - V 526


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas