Nota geral: Apaixonado, o trovador confessa que quando vê as ondas e as altas arribas da costa logo sente no seu coração as ondas da paixão pela sua formosa dama. E maldiz então o mar, que lhe faz tanto mal (como sugere Arias Freixedo1, é possível que o trovador estivesse embarcado em campanhas militares). De resto, sendo esta uma composição em voz masculina, que teremos de classificar como cantiga de amor, saliente-se, no entanto, o seu marcado caráter híbrido com o género cantiga de amigo, visível quer nos cenários naturais, quer no vocabulário usado (velida, formosa), quer ainda na sua estrutura formal paralelística (ou no uso arcaizante do e paragógico nas palavras finais dos versos do refrão).
Referências 1 Árias Freixedo, Xosé (2003), Antoloxia da lírica galego-portuguesa, Vigo, Edicións Xerais, 818.
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