João Garcia


Donas, fezerom ir daqui
o meu amig'a meu pesar,
e quem m'este mal fui buscar
 guise-lhi Deus por end'assi:
5       que lhi venha, com'a mi vem,
       pesar onde desejar bem.
  
E veja-s'em poder d'amor
que rem nom lhi possa valer,
e quem [m]'este mal foi fazer,
10guise-lh'assi Nostro Senhor:
       que lhi venha, com'a mi vem,
       pesar onde desejar bem.
  
Ca o fezerom ir por mal
de mi e destes olhos meus,
15e quem m'este pesar fez, Deus
lhi mostre cedo pesar tal
       que lhi venha, com'a mi vem,
       pesar onde desejar bem.
  
[E] venha-lhi pesar por en
20de Deus ou de mi ou d'alguém.



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Nota geral:

Para seu grande desgosto, obrigaram o seu amigo a partir, diz a donzela às donas. E a quem o fez ela deseja que Deus, ou ela própria ou alguém por ela lhe dê sorte igual à sua: ter tristeza quando esperar alegria. O facto de a donzela se dirigir a um grupo não especificado de mulheres (casadas), e de, na 2ª estrofe, desejar que quem lhe fez mal se veja, como ela, em poder do Amor, parece indicar que a culpada pela partida do amigo seria uma dessas donas.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 845, V 431
(C 845)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 845

Cancioneiro da Vaticana - V 431


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas