João Vasques de Talaveira


Do meu amig'a que eu defendi
que nom fosse daqui, per nulha rem,
  alhur morar, ca mi pesava en,
vedes, amiga, o que aprendi:
5       que est aqui e quer migo falar
       - mas ante pod'aqui muito morar!
  
Do que [vós] vistes que me preguntou,
quando s'el houve daqui a partir,
se mi seria bem, se mal, de s'ir,
10ai amiga, mandado mi chegou
       que est aqui e quer migo falar
       - mas ante pod'aqui muito morar!
  
Do que vós vistes mui sem meu prazer
partir daqui, quando s'end'el partiu,
15e nom me falou entom, nem me viu,
ai amiga, veerom-mi dizer
       que est aqui e quer migo falar
       - mas ante pod'aqui muito morar
  
que migo fal', e verá, do pesar
20que m'el fez, que mi poss'eu bem ve[n]gar.



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Nota geral:

A donzela diz a uma amiga que o seu amigo, que tinha ido morar para outro lado contra a sua vontade, está de regresso e que lhe quer falar. Mas, por ela, como comenta, bem pode esperar. E verá como ela pode também vingar-se do desgosto que ele lhe causou.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 792, V 376

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 792

Cancioneiro da Vaticana - V 376


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas