João Soares Coelho


Amigo, pois me vos aqui
ora mostrou Nostro Senhor,
 direi-vos quant'há que sabor
nom ar houve d'al nem de mi:
5       per bõa fé, meu amigo,
       des que nom falastes migo.
  
 E ar direi-vos outra rem:
nunca eu ar pudi saber
que x'era pesar nem prazer
10nem que x'era mal nem que bem,
       per bõa fé, meu amigo,
       des que nom falastes migo.
  
Nem nunca o meu coraçom
nem os meus olhos ar quitei
15de chorar, e tanto chorei
que perdi o sem des entom,
       per bõa fé, meu amigo,
       des que nom falastes migo.



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Nota geral:

Dirigindo-se ao seu amigo, que encontrou depois de algum tempo sem o ver, a donzela diz-lhe que, desde que ele deixou de falar com ela, nunca mais soube o que era alegria nem prazer, nem bem, nem mal, limitando-se a chorar continuamente.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 684, V 286

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 684

Cancioneiro da Vaticana - V 286


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas