João Soares Coelho


Falei um dia, por me baralhar
com meu amigo, com outr', u m'el visse
e direi-vos que lhi dix', u m'el disse
por que lhi fezera tam gram pesar:
5       "Se vos i, meu amigo, pesar fiz,
       nom foi por al senom porque me quis".
  
Por baralhar com el e por al nom
falei com outr', em tal que o provasse,
e pesou-lhi mais ca se o matasse
10e preguntou-m'e dixi-lh'eu entom:
       "Se vos i, meu amigo, pesar fiz,
       nom foi por al senom porque me quis".
  
Ali u eu com outr'ant'el falei,
preguntou-m'el e por que lhi fazia
15tam gram pesar ou se o entendia;
e direi-vos como me lhi salvei:
       "Se vos i, meu amigo, pesar fiz,
       nom foi por al senom porque me quis".



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Nota geral:

A donzela conta que, para provocar o seu amigo, falou com outro diante dele. Confessando-lhe o amigo a mágoa que sentiu e perguntando-lhe o motivo para ter agido assim, a donzela respondeu-lhe que, se o tinha magoado, foi simplesmente porque lhe apeteceu.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 683, V 285

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 683

Cancioneiro da Vaticana - V 285


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas