João Nunes Camanês


Par Deus, amigo, muit'há gram sazom
que vos nom vi, e vedes porque nom:
       porque vos nom quis mia madre veer.
  
 Defendeu-mi que per nẽũa rem
5nunca vos viss', e nem vos vi por en,
       porque vos nom quis mia madre veer.
  
Vira-vos eu, nom fezera end'al,
poilo roguei, mais estar-m'ia mal,
       porque vos nom quis mia madre veer.
  
10Roguei-lh'eu que vos viss', e nom quis Deus
que vos vissem aquestes olhos meus,
       por que vos nom quis mia madre veer.
  
Nom mi devedes vós culpa põer,
amigo, ca vos nom ousei veer.



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Nota geral:

A donzela justifica-se perante o seu amigo: se há muito não o vê, é porque a sua mãe não quis ir vê-lo e proibiu-a de o fazer.
Esta fala da donzela parece contraditória com a fala da mãe que ouvimos na primeira cantiga deste (eventual) ciclo, assunto que discutimos na nota geral a essa mesma cantiga.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 653, V 254

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 653

Cancioneiro da Vaticana - V 254


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas