D. Dinis


Amigo, pois vos nom vi,
nunca folguei nem dormi,
 mais ora já des aqui
       que vos vejo, folgarei
5e verei prazer de mi,
       pois vejo quanto bem hei.
  
Pois vos nom pudi veer,
jamais nom houvi lezer,
 e, u vos Deus quis trager,
10       que vos vejo, folgarei
e verei de mim prazer,
       pois vejo quanto bem hei.
  
Des que vos nom vi, de rem
nom vi prazer e o sem
15perdi, mais, pois que mi avém
       que vos vejo, folgarei
e verei todo meu bem,
       pois vejo quanto bem hei.
  
De vos veer a mim praz
20tanto que muito é assaz,
mais, u m'este bem Deus faz
       que vos vejo, folgarei
e haverei gram solaz,
       pois vejo quanto bem hei.



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Nota geral:

Dirigindo-se ao seu amigo, a donzela confessa-lhe que a dor da sua ausência se transformou na alegria da sua chegada, pois vê-lo é ver o único bem que tem no mundo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 599, V 202

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 599

Cancioneiro da Vaticana - V 202


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas