D. Dinis


Amig'e fals'e desleal,
 que prol há de vos trabalhar
d'ena mia mercee cobrar?
Ca tanto o trouxestes mal
5       que nom hei, de vos bem fazer,
       pero m'eu quisesse, poder.
  
Vós trouxestes o preit'assi
come quem nom é sabedor
de bem nem de prez nem d'amor,
10e por en creede per mim
       que nom hei, de vos bem fazer,
       pero m'eu quisesse, poder.
  
 Caestes [vós] em tal cajom
 que sol conselho nom vos sei,
15ca já vos eu desemparei,
em guisa, se Deus mi perdom,
       que nom hei, de vos bem fazer,
       pero m'eu quisesse, poder.



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Nota geral:

A donzela não percebe por que razão o seu amigo, a quem chama desleal, insiste em querer a sua condescendência, uma vez que agiu de forma muito errada e insensata. E procedeu tão mal, tão sem sensibilidade e honra, que, mesmo que ela quisesse, já não poderá conceder-lhe os seus favores.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 583, V 186

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 583

Cancioneiro da Vaticana - V 186


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas