D. Dinis


O voss'amigo tam de coraçom
pom ele em vós seus olhos e tam bem,
par Deus, amiga, que nom sei eu quem
o veja que nom entenda que nom
5       pod'el poder haver d'haver prazer
       de nulha rem senom de vos veer.
  
E quem bem vir com'el seus olhos pom
em vós, amiga, quand'ante vós vem,
se xi nom for mui minguado de sem,
10entender pode del mui bem que nom
       pod'el poder haver d'haver prazer
       de nulha rem senom de vos veer.
  
 E quand'el vem u vós sodes, razom
quer el catar que s'encobra; e tem
15que s'encobre, pero nom lhi val rem,
ca nos seus olhos entendem que nom
       pod'el poder haver d'haver prazer
       de nulha rem senom de vos veer.



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Nota geral:

Uma amiga confidencia à donzela que o seu amigo a olha de uma tal maneira que não há quem não perceba que o maior prazer que ele tem no mundo é estar com ela. Ele bem tenta disfarçar, procurando falar de qualquer outra coisa, mas não consegue: basta olhar para os seus olhos e qualquer pessoa com um mínimo de inteligência percebe o que se passa.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 4 de cada estrofe)
que nom
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 523a=570bis, V 116=174

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 523a=570bis

Cancioneiro da Vaticana - V 116=174


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas