D. Dinis


Senhor fremosa, pois no coraçom
nunca posestes de mi fazer bem,
nem mi dar grado do mal que mi vem
por vós, siquer teede por razom,
5       senhor fremosa, de vos nom pesar
       de vos veer, se mi o Deus [a]guisar.
  
Pois vos nunca no coraçom entrou
de mi fazerdes, senhor, senom mal,
  nem ar atendo jamais de vós al,
10teede por bem, pois assi passou,
       senhor fremosa, de vos nom pesar
       de vos veer, se mi o Deus [a]guisar.
  
Pois que vos nunca doestes de mi,
 er sabedes quanta coita passei
15por vós e quanto mal lev'e levei,
teede por bem, pois que est assi,
       senhor fremosa, de vos nom pesar
       de vos veer, se mi o Deus [a]guisar.
  
E assi me poderedes guardar,
20senhor [fremosa], sem vos mal estar.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, que nunca lhe quis conceder o seu favor, embora saiba o sofrimento que lhe causa, o trovador pede-lhe que, pelo menos, a possa ver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 535, V 138

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 535

Cancioneiro da Vaticana - V 138


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas