D. Dinis


Que soidade de mia senhor hei
quando me nembra dela qual a vi
e que me nembra que ben'a
falar; e por quanto bem dela sei,
5       rog'eu a Deus, que end'há o poder,
        que mi a leixe, se lhi prouguer, veer
  
 cedo; ca, pero mi nunca fez bem,
se a nom vir, nom me posso guardar
d'ensandecer ou morrer com pesar;
10e porque ela tod'em poder tem,
       rog'eu a Deus que end'há o poder
       que mi a leixe, se lhi prouguer, veer
  
cedo; ca tal a fez Nostro Senhor,
de quantas outras no mundo som
 15nom lhi fez par, a la minha fé, nom;
e poila fez das melhores melhor,
       rog'eu a Deus que end'há o poder,
       que mi a leixe, se lhi prouguer, veer
  
cedo; ca tal a quiso Deus fazer,
20que, se a nom vir, nom posso viver.



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Nota geral:

Quando se lembra da sua senhora e das suas palavras doces e acertadas, o trovador sente uma saudade imensa. E pede então a Deus (que tem o poder para isso) que lhe permita vê-la em breve. Porque, se a não vir em breve, a ela, que é a melhor das melhores, não pode evitar enlouquecer ou morrer de dor. Pois Deus a fez de tal forma que, sem ela, ele não pode viver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 526a, V 119

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 526a

Cancioneiro da Vaticana - V 119


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas