D. Dinis


Senhor, nom vos pês se me guisar Deus
algũa vez se vos poder veer,
ca bem creede que outro prazer
nunca [d'al] verám estes olhos meus,
5       senom se mi vós fezéssedes bem,
       o que nunca será per nulha rem.
  
E nom vos pês de vos veer, ca tam
cuitad'ando que querria morrer,
se aos meus olhos podedes creer
10que outro prazer nunca d'al verám,
       senom se mi vós fezéssedes bem,
       o que nunca será per nulha rem.
  
E se vos vir, pois que já morr'assi,
nom devedes ende pesar haver;
15mais [dos] meus olhos vos poss'eu dizer
que nom verám prazer d'al nem de mi,
       senom se mi vós fezéssedes bem,
       o que nunca será per nulha rem.
  
Ca d'eu falar em mi fazerdes bem,
20como falo, faç'i míngua de sem.



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Nota geral:

O trovador pede a sua senhora que não se aborreça se Deus fizer com que ele a veja, pois nenhum outro prazer terão jamais os seus olhos, salvo se ela lhe conceder os seus favores - coisa que nunca acontecerá. Mencionar tal hipótese é só mesmo sinal de loucura.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares (rima b uníssona)
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 521a, V 114

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 521a

Cancioneiro da Vaticana - V 114


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas