Rodrigo Anes Redondo


Hom'a que Deus coita quis dar
d'amor nunca dev'a dormir;
 ca já, u sa senhor nom vir,
nom dormirá; e se chegar
 5u a veja, esto sei bem:
nom dormirá per nulha rem,
tant'há prazer de a catar!
  
Em aquesto poss'eu falar,
ca muit'há que passa per mi:
10ca des que mia senhor nom vi,
nunca dormi; e se mostrar
algũa vez Nostro Senhor
mi a quis, hôuvi tam gram sabor,
 que nunca mi al pôde nembrar.
  
 15Já o dormir, mentr'eu durar,
[hei] perdudo; pois est assi
que, u a nom vi, nom dormi;
 e poila nom vejo, provar
non'o hei per rem. E, por Deus já,
20dizede-mi: quem dormirá
com tam gram prazer ou pesar?



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Nota geral:

O trovador afirma que um homem que sofre de amor nunca consegue dormir, pois não dorme quando está longe da sua senhora, mas também não dorme quando está perto, tal é o prazer que tem de a ver. E reforça esta afirmação a partir da sua própria experiência: há muito que é isto se passa com ele. Pensa mesmo que nunca mais irá dormir - pois tanto um grande pesar como um grande prazer impedem qualquer pessoa de o fazer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas (rimas b em I assonante e rima c singular)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 331/335
(C 331)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 331/335


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas