Pero da Ponte


Quem a sesta quiser dormir,
conselhá-lo-ei a razom:
tanto que jante, pense d'ir
à cozinha do infançom:
5e tal cozinha lh'achará,
que tam fria casa nom há
na hoste, de quantas i som.
  
Ainda vos en mais direi
eu, que um dia i dormi:
10tam bõa sesta nom levei,
des aquel dia 'm que naci,
como dormir em tal logar,
u nunca Deus quis mosca dar,
ena mais fria rem que vi.
  
15E vedes que bem se guisou
de fria cozinha teer
o infançom, ca nom mandou
des ogan'i fogo acender;
 e, se vinho gaar d'alguém,
20ali lho esfriarám bem,
se o frio quiser bever.



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Nota geral:

Pela canícula, depois de se ter almoçado convenientemente noutro lado, sabe bem fazer a sesta na cozinha de um infanção: sem lume aceso e sem moscas (não há géneros alimentícios), é o lugar ideal.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1634, V 1168

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1634

Cancioneiro da Vaticana - V 1168


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas