Pero Garcia de Ambroa


[...]
  
 Ca vós nom sodes d'amor tam forçado
como dizedes, nem vos ar convém
de o seerdes, nem ar é guisado
  5daqueste preito sair-vos a bem;
nen'o queirades vós muito seguir,
ca d'amar donas nem de as servir
nom saberedes vós i dar recado.
  
Mais dá-lo-edes em panos tomar,
10se vo-los derem, e enos guardar
e em vendê-los em aquel mercado.



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Nota geral:

Esta primeira cantiga satírica de Pero d´Ambroa que o Cancioneiro da Biblioteca Nacional (e apenas ele) nos transmite surge-nos aí truncada nas suas primeiras estrofes, em virtude de uma lacuna que atinge os folios anteriores deste manuscrito. É difícil assim, termos uma ideia clara do seu sentido. É provável, no entanto, que ela se dirigisse a um qualquer jogral ou segrel, metido em altas cavalarias de amor e de trovas. Assim sendo, não seria impossível que o visado pudesse ser Pedro Amigo de Sevilha, já que, de facto, os dois trocaram abundantes galhardetes. E poderemos mesmo eventualmente pensar que fosse esta a resposta à composição na qual Pedro Amigo, servindo-se do alegada descrença da soldadeira Maria Mejouchi, alude jocosamente à sua viagem ao Ultramar. A referência que Pero d´Ambroa faz, no final deste fragmento, a um mercado parece, de facto, coincidir com a alusão ao Soco de Vem (provavelmente "mercado de vento") da cantiga de Pedro Amigo. De qualquer forma, e dado desconhecermos a cantiga na sua totalidade, qualquer interpretação será sempre conjetural.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1572

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1572


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas