Osoiro Anes


Vós, mia senhor, que nom havedes cura
de m'ascoitar, nem de me bem fazer,
(ca nom quis Deus, nem vós, nem mia ventura,
a que m'eu nunca pudi defender)
5quero-vos eu de mia coita dizer:
mal hei por vós mui maior ca morrer.
Se me nom val Deus, ou vossa mesura,
perder-m'-ei eu, e vós, em me perder,
  
 perder-vos-ei[s] que[m] vos tam muito dura
10de mal, com'eu por vós hei a sofrer;
 e que nom sei de vós haver rancura,
pero m'em coita fazedes viver;
e que vos hei, por amor, a teer
quanto de mal me fazedes prender.
 15Tod'est'eu faç', e nom faço cordura,
pois me vós nom queredes gradecer.



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Nota geral:

Embora a sua senhora não queira escutá-lo nem favorecê-lo, o trovador não desiste de lhe contar o seu sofrimento. Mas, se Deus ou ela não lhe acodem, acabará por morrer, ficando ela também a perder, já que perderá o seu mais fiel vassalo, aquele que, insensatamente, é incapaz de lhe ter rancor, por mais que sofra.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 41

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 41


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas