João Baveca


- Ai amiga, hoje falou comigo
o voss'amigo e vi-o tam coitado
por vós que nunca vi tant'home nado,
 ca morrerá, se lhi vós nom valedes.
5- Amiga, quand'eu vir que é guisado,
 valer-lh'-ei, mais nom vos maravilhedes
       d'andar por mi coitado meu amigo.
  
- Per bõa fé, amiga, bem vos digo
 que, u estava mig'em vós falando,
10esmoreceu, e bem assi andando
morrerá, se vos del dóo nom filha.
- Si, filhará, ai amiga, já quando,
mais nom tenhades vós por maravilha
       d'andar por mi coitado meu amigo.
  
 15- Amiga, tal coita d'amor há sigo
que já nunca dorme noite nem dia
coidand'em vós, e, par Santa Maria,
sem vosso bem non'o guarirá nada.
- Guarrei-o eu, amiga, todavia,
20mais nom vos façades maravilhada
       d'andar por mi coitado meu amigo.



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Nota geral:

Neste diálogo, uma amiga, tendo encontrado o amigo da donzela, relata-lhe o estado deplorável em que o viu, quase desmaiando, e diz-lhe que receia que ele morra se ela não lhe acode. Na sua resposta, a donzela diz-lhe que o fará, mas só quando achar que é a altura certa. Entretanto, não será de espantar que ele anda assim.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão, Dialogada
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1224, V 829

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1224

Cancioneiro da Vaticana - V 829


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas