Pedro Amigo de Sevilha


Moir', amiga, desejando
meu amig', e vós no vosso
mi falades, e nom posso
estar sempr'en'esto falando.
5       Mais queredes falar migo?
       Falemos no meu amigo.
  
Queredes que todavia
eno voss'amigo fale
vosc'e, se nom, que me cale;
10e nom poss'eu cada dia.
       Mais queredes falar migo?
       Falemos no meu amigo.
  
Amiga, sempre queredes
que fale vosc'e falades
15no voss'amig', e cuidades
que poss'eu? Non'o cuidedes.
       Mais queredes falar migo?
       Falemos no meu amigo.
  
Nom havedes d'al cuidado,
20sol que eu vosco bem diga
do voss'amig', e, amiga,
nom poss'eu, nem é guisado.
       Mais queredes falar migo?
       Falemos no meu amigo.



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Nota geral:

Dirigindo-se a uma amiga, a moça diz-lhe que, morrendo ela de desejo pelo seu amigo, quando falam as duas, a amiga só lhe fala do dela e só do dela quer falar. Ora ela não quer nem pode falar apenas nos assuntos da outra. Assim, se quer continuar a conversa, é do que seu que têm de falar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1211, V 816

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1211

Cancioneiro da Vaticana - V 816


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas