Juião Bolseiro


Ai meu amigo, meu, per bõa fé,
 e nom doutra, per bõa fé, mais meu,
rog'eu a Deus, que mi vos hoje deu,
 que vos faça tam ledo seer migo
5       quam leda fui hoj'eu, quando vos vi,
        ca nunca fui tam leda pois naci.
  
Bom dia vejo, pois vos vej'aqui,
meu amigo, meu, a la fé, sem al;
faça-vos Deus ledo, que pod'e val,
10seer migo, meu bem e meu desejo,
       quam leda fui hoj'eu, quando vos vi,
       ca nunca fui tam leda pois naci.
  
Meu gasalhado, se mi valha Deus,
e amigo meu e meu coraçom,
15faça-vos Deus em algũa sazom
seer migo tam led'e tam pagado
       quam leda fui hoj'eu, quando vos vi,
       ca nunca fui tam leda pois naci.
  



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

A donzela exprime, em termos ternos e emotivos, a sua alegria por ter visto o seu amigo naquele dia. Um amigo que, sublinha, é dela e de mais ninguém.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1175, V 781

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1175

Cancioneiro da Vaticana - V 781


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas