Lopo


Eu, mui coitado, nom acho razom
per que possa ir u é mia senhor
 e, pero que m'hei d'ir i gram sabor,
 sol nom vou i e há mui gram sazom
5       que nom fui i; e por esto mi avém:
       por nom saberem a quem quero bem.
  
E nom ach'eu razom e por est'é:
porque m'hei de guardar e de temer
de mi o saberem; mais pola veer
10moir'e gram temp'há já, per bõa fé,
       que nom fui i; e por esto mi avém:
       por nom saberem a quem quero bem.
  
Por esto nom poss'eu razom achar
como a veja, nem sei que fazer;
15e valer-m'-ia mui mais em morrer,
pois que tam muit'há já, si Deus m'empar,
       que nom fui i; e por esto mi avém:
       por nom saberem a quem quero bem,
  
nem saberám, mentr'eu aqueste sem
20houver: que hei per mim quem quero bem.



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Nota geral:

Apesar de muito o desejar, o trovador não arranja um pretexto plausível para ir ver a sua senhora, que há muito não vê. E o motivo que o impede de ir é o receio que todos logo saibam quem ela é. Embora a situação o faça sofrer, por ele, como conclui na finda, não saberão.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1112, V 703
(C 1112)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1112

Cancioneiro da Vaticana - V 703


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas