Pedro Amigo de Sevilha


Meu Senhor Deus, pois me tam muit'amar
fezestes, quam muit'amo, ũa molher,
rogue-vos outrem quanto xi quiser,
 ca vos nom quer'eu mais desto rogar:
5       meu Senhor Deus, se vos em prazer for,
       que mi a façades haver por senhor.
  
Esta dona, que mi faz muito mal,
porque nom quis nem quer que seja seu,
nom m'é senhor, mais gram coita mi deu;
10e por esto vos rog'e nom por al:
       meu Senhor Deus, se vos em prazer for,
       que mi a façades haver por senhor.
  
Tal bem lhi quero no meu coraçom
que vos nom rogarei por outro bem
15que mi façades, nem por outra rem;
mais por tanto vos rog'e por al nom:
       meu Senhor Deus, se vos em prazer for
       que mi a façades haver por senhor.
  
Ca sei que nom é tam forços'Amor
20que me mate, se m'achar com senhor.



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Nota geral:

O trovador dirige-se diretamente a Deus, pedindo-lhe que a senhora que ama o aceite como servidor. Os outros podem pedir-Lhe o que quiserem, mas ele só isto deseja. Pois, sofrendo grandes males, ela nem sequer aceita o seu serviço. E conclui, justificando o seu pedido: é que sabe que, se o Amor o vir com uma senhora, não terá poder para o matar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1096, V 687
(C 1096)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1096

Cancioneiro da Vaticana - V 687


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas