Pedro Amigo de Sevilha


Coitado vivo mais de quantos som
no mund', amigos, e perço meu sem
por ũa dona que quero gram bem;
mais pero sei eno meu coraçom
5       que nom haveria coita d'amor,
       se esta dona fosse mia senhor.
  
Mais esta dona nunca quis que seu
fosse; mais dizem aquestes que ham
senhores, que logo xi morrerám
10por elas; mais de mim já bem sei [eu]
       que nom haveria coita d'amor,
       se esta dona fosse mia senhor.
  
Mais non'o est; e pois quis Deus assi,
que por seu nunca me quis receber,
15se, meus amigos, podess'eu põer
que fosse seu, sei já mui bem per mim
       que nom haveria coita d'amor,
       se esta dona fosse mia senhor.



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Nota geral:

O trovador vive triste e perde a razão por uma senhora que ama. Mas sabe que se ela pudesse ser a sua senhora (se o aceitasse como vassalo), deixaria de sofrer. Nisto seria diferente daqueles que, tendo uma senhora, dizem que morrem por ela. No seu caso, bastaria que ela o aceitasse, para todas as suas mágoas desaparecerem.
Na cantiga seguinte, o trovador retoma o tema.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1095, V 686
(C 1095)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1095

Cancioneiro da Vaticana - V 686


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas