Martim Peres Alvim


- Senhor fremosa, si veja prazer,
pois vos nom vi, houvi tam gram pesar
que nunca mi Deus d'al prazer quis dar.
       - Como podestes tanto mal sofrer?
 5       - Cuidei em vós e por esto guari:
       que nom vivera rem do que vevi.
  
- Senhor fremosa, direi-vos eu al
e creed'esto, meu lum'e meu bem:
pois vos nom vi, nom vi prazer de rem.
10       - Como podestes sofrer tanto mal?
       - Cuidei em vós e por esto guari:
       que nom vivera rem do que vevi.
  
- Creede, lume destes olhos meus,
que, des que vos eu nom pudi veer,
15pero viia, nunca vi prazer.
       - Como sofrestes tanto mal por Deus?
       - Cuidei em vós e por esto guari:
       que nom vivera rem do que vevi.



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Nota geral:

Em diálogo com a sua senhora, o trovador confessa-lhe, que, desde o momento em que deixou de a poder ver, sentiu tal tristeza que nunca mais teve qualquer prazer. A senhora pergunta-lhe então como pôde ele suportá-lo. Ao que ele responde que foi apenas pensando nela, doutra forma não teria sobrevivido.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão, Dialogada
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1058, V 648

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1058

Cancioneiro da Vaticana - V 648


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

[Por vós fremosa, assi veja prazer] 

Versão de Tomás Borba