Martim Peres Alvim


Senhor, nom poss'eu já per nulha rem
os meus olhos desses vossos partir;
e, pois assi é que agora d'ir
ham u vos nom vejam, sei eu mui bem
5       que nom podem os meus olhos veer,
        u vos nom virem, d'al veer prazer.
  
E nom poss'eu [os] meus olhos quitar
desses vossos, que virom por meu mal;
e pero m'end'eu nunca atend'al,
10tal ventura mi quis a mim Deus dar,
       que nom podem os meus olhos veer,
       u vos nom virem, d'al veer prazer.
  
[E] nom poss'eu partir os olhos meus
desses vossos, nen'o meu coraçom
15nunca de vós; e pois, mia senhor,
nom atend'end'al, creed'esto por Deus:
       que nom podem os meus olhos veer,
       u vos nom virem, d'al veer prazer.
  
[E] pois que al nom desejam veer,
20Deus vos lhis mostre ced'a seu prazer.



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Nota geral:

Não podendo tirar os olhos dos olhos da sua senhora, mas tendo de partir para longe dela, o trovador diz-lhe que, deixando de a ver, nunca mais os seus olhos verão qualquer prazer. E termina esperando que Deus lhe permita regressar em breve.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1055, V 645

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1055

Cancioneiro da Vaticana - V 645


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas