João Airas de Santiago


Entend'eu, amiga, per boa fé,
que havedes queixum', u al nom há,
de voss'amigo, que aqui está,
e el de vós, [e] nom sei por que é,
5       mais quero-vos ora bem conselhar:
       fazed'i ambos o que eu mandar.
  
 E, amiga, de pram, u nom jaz al,
este preito deve-se de fazer,
ca vos vejo del gram queixum'haver
10e el de vós, e tenho que é mal;
       mais quero-vos ora bem conselhar:
       fazed'i ambos o que eu mandar.
  
Sanha d'amigos é, nom será bem,
e sei que faredes end'o melhor,
15pero vejo-vos haver desamor
del, amiga, e esto nom convém;
       mais quero-vos ora bem conselhar:
       fazed'i ambos o que eu mandar.
  
 E mal [l]h'en venh'a quem nom outorgar
20antre vós ambos o que eu mandar.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Face ao azedume entre a donzela e o seu amigo, com queixas mútuas, uma amiga intervém: antes que as coisas piorem, e enquanto tudo não passa de uma zanga de namorados, eles terão de a deixar servir de intermediária e fazer tudo quanto ela mandar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1013, V 603

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1013

Cancioneiro da Vaticana - V 603


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas