Vasco Rodrigues de Calvelo


Pouco vos nembra, mia senhor,
quant'afã eu por vós levei,
e quanta coita por vós hei,
e quanto mal me faz Amor
5       por vós; e nom me creedes
       mia coita, nem me valedes!
  
E senhor, já perdi o sem,
cuidand'en vós, e o dormir,
com gram coita de vos servir!
10E outro mal muito me vem
       por vós; e nom me creedes
       mia coita, nem me valedes!
  
Por vós me veo muito mal
des aquel dia 'm que vos vi
15e vos amei e vos servi,
vivend'em gram coita mortal
       por vós; e nom me creedes
       mia coita, nem me valedes!
  
E desmesura fazedes
20que vos de mi nom doedes.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador queixa-se de que ela pouco se lembra do seu sofrimento, no qual não acredita, e, por isso, não lhe quer valer. Garantindo-lhe que esse amor já lhe fez perder a razão e o sono, diz-lhe ainda que fará a maior das crueldades se não se compadecer dele.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 300, B 991, V 579

Cancioneiro da Ajuda - A 300

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 991

Cancioneiro da Vaticana - V 579


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas