Vasco Rodrigues de Calvelo


Senhor, eu vivo muit'a meu pesar
e mui coitado, se Deus me perdom!,
por vós, que amo mui de coraçom,
que me fez Deus, por mal de mi, amar;
5e por meu mal me vos foi amostrar:
        ca dê'lo dia, senhor, que vos vi,
        per bõa fé, nunca coita perdi
  
por vós, que eu por mal de mi amei,
des que vos vi, per bõa fé, senhor;
10ca des entom me fez o voss'amor
na mui gram coita viver, que hoj'hei!
E por meu mal vos vi e vos falei:
       ca dê'lo dia, senhor, que vos vi,
       per bõa fé, nunca coita perdi
  
15por vós, que quero melhor doutra rem,
que me fez Deus, por meu mal, bem querer;
ca em tal coita me vejo viver
que já perdi o dormir e o sem.
E por meu mal vos quero tam gram bem:
20       ca dê'lo dia, senhor, que vos vi,
       per bõa fé, nunca coita perdi
  
por vós, que amo muito mais ca mi;
bem me creede, senhor, que é 'ssi.



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Nota geral:

O trovador confessa o seu amor e o seu sofrimento à sua senhora.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 299

Cancioneiro da Ajuda - A 299


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas